sexta-feira, 30 de abril de 2010

Oportunidades nas fronteiras com o Brasil



O Jornal de Missões segue apresentando alguns desafios previstos no Planejamento Estratégico da JMM para os próximos quatro anos, em especial os países que estão para se tornarem campos das igrejas da CBB. Guiana Francesa e Suriname, dois países sul-americanos, são os destaques dessa edição

Por Sergio Dias

GUIANA FRANCESA

A Guiana Francesa ainda não é um país independente e, junto a outros países e protetorados, faz parte da República da França, tanto que é representada no Senado e na Assembleia Nacional franceses e seus cidadãos participam das eleições para presidente. O país é dirigido por um “prefeito” escolhido pelo governo francês. Dessa forma, o país é parte da União Europeia e utiliza o Euro como moeda oficial. A Guiana Francesa fica no nordeste do continente sul-americano e faz fronteira com o Brasil (sendo divididos pelo rio Oiapoque, no Amapá) e com o Suriname. Dos mais de 210 mil habitantes, 35% (ou 70 mil) vive na capital Caiena. A religião da maioria da população é o cristianismo, com 85% de seguidores. Entretanto, a realidade é bem diferente e o nominalismo cristão tem forte presença. Apenas 10% são, oficialmente, cristãos protestantes ou evangélicos e estão agrupados nas mais variadas denominações. De acordo com dados da Federação das Igrejas Batistas da Guiana Francesa, fundada em 1993 pelos Batistas do Sul dos EUA e filiados à Aliança Batista Mundial, existem oficialmente seis igrejas batistas no país e cerca de 450 membros arrolados (média de 75 membros por igreja).

Alvos: estrangeiros e o interior do país

A Guiana Francesa vive sob o estigma de ter sido colônia penal francesa entre 1852 e 1945. Mais de 70 mil prisioneiros comuns e políticos eram deportados da França para a então colônia, em especial para a Ilha do Diabo (hoje denominada Ilha da Salvação). Entre os prisioneiros que por ali passaram estão Alfred Dreyfus e Louise Michel, personagens do livro “Papillon”, de Henri Charrière, mais tarde adaptado em filme, que retratou o cotidiano de condenados e o tratamento brutal ao qual eram submetidos. Tamanha opressão se faz sentir entre a população. Os guianenses são reservados, até certo ponto apáticos, e supersticiosos. Do total da população (210 mil habitantes), 70% são afro-caribenhos (sendo 86 mil creoules e 25 mil haitianos), europeus franceses (11%), brasileiros (8%) e chineses (2,5%). Muitos dos estrangeiros são atraídos para o país em função da possibilidade de ganhos salariais em euros e não, propriamente, pelas oportunidades de empregos no país que, de fato, são poucas. As principais fontes de renda são a agricultura, a pesca do camarão e, principalmente, a cessão de parte do território para a construção e manutenção do Centro Espacial de Kourou, que hospeda a base de lançamento de foguetes e satélites da Agência Espacial Europeia (ESA).

O desafio é trabalhar com os estrangeiros que vivem no país, em especial brasileiros e haitianos, mais receptivos à mensagem cristã. Há, também, os povos ameríndios que vivem no interior da Guiana Francesa (arawakans, palikur, wayana, oyapi e emerillon) em especial nas fronteiras com Brasil e Suriname. Para alcançar estes objetivos são precisos vocacionados que atuem com programas médicos, com projetos nas áreas de esportes e, principalmente, na educação teológica para tradução da bíblia e na plantação de igrejas.

SURINAME

A República do Suriname também fica no Norte da América do Sul e faz fronteira com o Brasil, a Guiana Inglesa e a Guiana Francesa. Vivem no país mais de 467 mil habitantes, entre surinameses (45%), indianos (37%) e javaneses (15%). Sua principal cidade é a capital Paramaribo, onde se concentra a maior parte da população (45%, ou 210 mil pessoas). O idioma oficial é o holandês, mas outros idiomas como hindustâni, javanês, inglês e francês, além de dialetos locais e o espanhol, são falados. No Suriname, além do cristianismo com 53% (sendo 24% católicos, 18% protestantes e 11% para outros segmentos cristãos), a presença maciça de outras religiões como o hinduísmo (17%) e o islamismo (13,5%) com suas mesquitas, tornam o país um grande desafio à obra de evangelização. De acordo com informações da Aliança Batista Mundial, os batistas são representados pela União de Igrejas Batistas do Suriname, formada em 1991, e conta com nove igrejas e 220 membros oficialmente registrados.

Oportunidades em meio à diversidade de culturas

Negros africanos (descendentes de escravos levados ao país nos séculos XVII e XVIII), mestiços de negros e europeus, indianos, javaneses, chineses, alguns poucos holandeses e até mesmo laosianos convivem pacificamente no mesmo território. Cada uma dessas etnias tem seu próprio idioma e costumes. A religião do país é o cristianismo, mas a secularização da sociedade, somada à entrada de outras religiões, criou um quadro social diversificado. E é essa diversidade de línguas e culturas que se apresenta como um desafio e uma grande oportunidade para a expansão obra missionária.

Há registros de bons trabalhos evangélicos, plantados por missionários, entre as comunidades javanesas e chinesas. Entre os indianos, tanto hinduístas como muçulmanos, há resistência à obra de evangelização e as comunidades cristãs crescem pouco. Porém, existe liberdade religiosa no Suriname e pode-se pregar o evangelho livremente. Uma estratégia que tem funcionado é a exibição do filme “Jesus”, que já foi traduzido para quatro dos principais idiomas do país.

As nações clamam! E para atender a este clamor que vem da Guiana Francesa e do Suriname, Missões Mundiais pretende enviar missionários em parceria com as convenções nacionais daqueles países. Qual a sua resposta?

Fontes: Almanaque Abril 2009, Aliança Batista Mundial, Wikipédia e Livro Intercessão Mundial – edição século 21

Jornal Missões - Edição 29 - Set e Out de 2009

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